MULHERES MÃES EM SITUAÇÃO DE PRIVAÇÃO DE LIBERDADE NA REGIÃO METROPOLITANA DE VITÓRIAES
Nome: ANDRESSA ALVES NUNES
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 03/09/2019
Orientador:
Nome | Papel |
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ANGELICA ESPINOSA BARBOSA MIRANDA | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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ANGELICA ESPINOSA BARBOSA MIRANDA | Orientador |
CÂNDIDA CANIÇALI PRIMO | Examinador Interno |
ETHEL LEONOR NOIA MACIEL | Suplente Interno |
GUSTAVO ENRICO CABRAL RUSCHI | Suplente Externo |
NEIDE APARECIDA TOSATO BOLDRINI | Examinador Externo |
Páginas
Resumo: As mulheres encarceradas, em sua maioria, são jovens, solteiras, possuem filhos, têm
baixo nível de escolaridade e renda familiar precária. Em geral, antes do
encarceramento, não possuíam estabilidade trabalhista, pois desempenhavam
ocupações de baixa qualificação e baixos salários ou em situação de desemprego.
Alguns estudos indicam que estas populações trazem consigo histórias de vida mar-
cadas por um precário vínculo familiar, perda precoce dos pais, baixos índices de
sociabilidade e de acesso à educação, e por diversas formas de violência. Além disso,
elas compõem uma população de risco para infecções transmitidas por via sexual e
para infecções crônicas, pois apresentam, com frequência, comportamentos de risco
que incluem atividades relacionadas ao uso de drogas e a troca de sexo por drogas.
Este estudo objetivou descrever o perfil de mulheres em situação de privação de
liberdade na região metropolitana do Espírito Santo. Trata-se de um estudo
observacional, quantitativo descritivo do tipo corte transversal, realizado em 2019. Foi
realizada aplicação de questionário validado em estudo anterior, contendo perguntas
sobre aspectos sociodemográficos, criminais, comportamentais e clínicos; os dados
foram sistematizados e analisados pelo SPSS versão 20.0. Um total de 183
participantes foi incluído no estudo. Elas apresentaram uma média de idade de 36
anos (DP=10,4), faixa etária entre 19 e 64 anos. Dessas, 79 (43,2%) são casadas ou
moram junto maritalmente e 70 (38%) são solteiras. Quanto à raça, 135 (74%)
pertencia à raça não branca. Já quanto à escolaridade, a maioria, 93 (51%), tem o
segundo grau completo. Foi realizada uma análise bivariada para avaliar associação
entre usos de drogas e aspectos sociodemográficos, e observou-se que há uma
prevalência maior do uso de drogas ilícitas entre as mulheres solteiras (p=0,001) e
entre aquelas que exerciam atividades domésticas (p=0,004). As variáveis mais
frequentes em usuárias de drogas foram a não realização de laqueadura de trompas
(p=0,002), a experiência homossexual (p=0,00007) em alguma fase da vida dessas
mulheres e a prostituição (p=0,006). O perfil aqui exposto representa a relação entre
a população com maior vulnerabilidade socioeconômica, a entrada no crime por meio
do marido e o tráfico de drogas como busca de renda. Diante disso, observa-se que a
extensão do envolvimento dessas mulheres com o uso de drogas ilícitas parece forte
e prevalente, e relaciona-se com os aspectos sociodemográficos, comportamentais,
clínicos e criminais, com o acesso aos cuidados de saúde sexual e reprodutiva, e com
os tipos de violência sofrida, por uso próprio. Neste sentido, se fazem necessárias
intervenções para reduzir os índices de mulheres envolvidas com crimes e
dependência por drogas ilícitas.