Eficácia e Segurança da Vacina Antiamarílica em Pacientes com Espondiloartrite

Nome: THAYS ZANON CASAGRANDE
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 24/08/2021
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
VALÉRIA VALIM CRISTO Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
LICIA MARIA HENRIQUE DA MOTA Examinador Externo
THIAGO DIAS SARTI Examinador Interno
VALÉRIA VALIM CRISTO Orientador

Resumo: Introdução: A vacina viva atenuada antiamarílica (17DD-YF) caracteriza-se por ser eficaz e com maior risco de eventos adversos (EAs) na primovacinação. Nos imunossuprimidos, há relato de mais EAs e menor taxa de soroconversão; no entanto não existem estudos sobre o desempenho da vacina 17DD-YF nas espondiloartrites. Esses indivíduos são mais jovens, têm menos comorbidades do que outros pacientes com doença reumática imunomediada (DRIM) e mais frequentemente recebem prescrição de terapia biológica, que sabidamente reduz a resposta imune. Em 2017, a epidemia de febre amarela no Brasil impulsionou a campanha de vacinação nas zonas urbanas, tornando este estudo uma oportunidade. Objetivos: Este estudo teve como objetivo avaliar a segurança e eficácia da primovacinação com 17DD-YF em pacientes com espondiloartrite e avaliar se a atividade da doença ou o tratamento com terapia biológica, mesmo após o washout planejado, impactam o desempenho da resposta imune humoral. Metodologia: Estudo longitudinal, prospectivo realizado em 2017, que avaliou a segurança e a imunogenicidade da primovacinação antiamarílica 17DD-YF. Foram avaliados 51 pacientes adultos com diagnóstico de espondiloartrite (EpA) atendidos no serviço de reumatologia do Hospital Universitário Cassiano Antônio de Moraes (HUCAM), sem imunossupressão ou em imunossupressão leve com medicamentos modificadores de curso de doença sintéticas (MMCDsc) ou em suspensão planejada de medicamentos modificadores de curso de doença biológicas (MMCDb), por 5 meias-vidas previamente à vacinação; e 38 controles sem patologia autoimune (CO). A ocorrência de EAs, cinética de anticorpos neutralizantes (AN) pelo Teste de Neutralização por redução de placas (PRNT), taxas de soroconversão, viremia 17DD-YF e biomarcadores séricos foram avaliadas em momentos subsequentes (dia 0 (D0), D3, D4, D5, D6, D7, D14, D28). Houve reavaliação clínica de atividade de doença no D180 pelo escore Bath Ankylosing Spondylitis Disease Activity Index (BASDAI). Resultados: Apenas EAs leves foram relatados no D28, e a frequência de EA locais e sistêmicos foi semelhante entre os grupos EpA e CO (4% vs. 8% e 26% vs. 21%; p = 0,65 e 0,8, respectivamente). O grupo EpA apresentou perfil de soroconversão tardia de acordo com o PRNT quando comparado ao grupo de controles saudáveis (28% vs. 78% no D14 e 73% vs. 96% no D28, p &#8804; 0,001). Os títulos de PRNT no grupo CO foram 440 IC 95% (291-665), maiores do que no grupo EpA 112 (73-170, p <0,001). O pico de viremia foi de 5 dias e o número de cópias foi semelhante nos dois grupos (8,2 ± 0,7 X 10³ cópias / ml no grupo CO vs 11,3 x 10³ EpA, p = 0,56). Na análise por subgrupos com e sem uso prévio de terapia biológica (Bio-IT e Não-Bio-IT), o uso prévio de terapia biológica levou a menores títulos de AN (Bio-IT média 79, 95% IC (39-150) vs. Não-Bio-IT média 159, 95% IC (94- 267), p <0,001)). O subgrupo Não-Bio-IT obteve uma resposta semelhante ao grupo controle (81 vs. 96%, p = 0,112), enquanto o grupo Bio-IT teve uma taxa de soroconversão menor (64% vs. 96% CO, p = 0,007). A maioria (73%) dos pacientes EpA encontrava-se em remissão ou baixa atividade de doença no D0, com BASDAI médio de 2.7 ± 2.1. Na análise pelo escore BASDAI, pacientes com doença controlada ou ativa (BASDAI <4 ou BASDAI &#8805;4) apresentaram taxa de soroconversão semelhantes no D28, 75% vs. 69% respectivamente (p=0,6) e baixas taxas de soropositividade quando relacionados ao grupo CO (75% BASDAI <4 vs. 96% CO, p <0,05) e (69% BASDAI &#8805;4 vs. 96% CO, p <0,05), respectivamente. Os títulos de PRNT no grupo CO foram 440 IC 95% (291-665), maiores do que no BASDAI <4 (118, IC 95% (72-193), p <0,01) e BASDAI &#8805;4 (92, IC de 95% (36-239), p <0,01). Níveis basais mais elevados de biomarcadores séricos foram observados nos subgrupo Bio-IT vs Não-Bio-IT, e no subgrupo BASDAI&#8805;4 vs BASDAI<4. Níveis crescentes de vários biomarcadores foram observados no grupo EpA, especialmente nos subgrupos Bio-IT e BASDAI&#8805;4, com comprometimento / desequilíbrio do eixo IFN-g/IL-10 no pico de viremia (D5). Conclusão: A vacina 17DD-YF é segura e eficaz para pacientes EpA a curto e longo prazo. Pacientes em terapia biológica apresentaram baixos níveis de anticorpos e menor soroconversão, mesmo após suspensão planejada. A atividade de doença pelo escore BASDAI &#8805;4 não reduziu a resposta imune. O estado inflamatório basal, o uso prévio de terapia anti-TNF, a atividade de doença e a disfunção da produção INF-g / IL-10 no pico da viremia podem afetar a imunogenicidade da vacina 17DD-YF em pacientes com espondiloartrites.

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