ADOLESCENTES QUE VIVEM COM HIV/AIDS NO ESTADO DO ESPÍRITO
SANTO: CARACTERÍSTICAS EPIDEMIOLÓGICAS E REPRESENTAÇÕES
SOCIAIS

Nome: CAMILA BRUNO FIALHO
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 18/10/2022
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
ANGELICA ESPINOSA BARBOSA MIRANDA Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ANA CRISTINA GARCIA FERREIRA Examinador Externo
ANGELICA ESPINOSA BARBOSA MIRANDA Orientador
CAROLINA DUTRA DEGLI ESPOSTI Examinador Interno
EDSON THEODORO DOS SANTOS NETO Examinador Interno
LAURO FERREIRA DA SILVA PINTO NETO Suplente Externo

Páginas

Resumo: Nos últimos anos, observa-se aumento dos casos de infecção por
Human Immunodeficiency Virus (HIV) entre adolescentes e jovens. Assim, é
fundamental conhecer essa população para embasar cientificamente ações e políticas
de saúde. Objetivos: Identificar as características epidemiológicas e as
representações sociais a aids entre adolescentes que vivem com HIV/aids no estado
do Espírito Santo. Metodologia: Estudo quanti-qualitativo. 1) Parte quantitativa.
Estudo ecológico, no qual foram analisadas notificações de HIV/aids entre
adolescentes, de 13 a 19 anos, que viviam no estado do Espírito Santo, entre 2010 e
2020. 2) Parte qualitativa. Entrevistas daqueles adolescentes, infectados via
transmissão vertical, que realizavam tratamento no hospital de referência do estado.
Utilizou-se Análise de Conteúdo e a Classificação Hierárquica Descendente, para
analisar os dados qualitativos, e Análise descritiva e espacial, para tratamento dos
dados quantitativos. Resultados e discussão: Foram encontrados 523 adolescentes
vivendo com HIV/aids, no período analisado (média de 47 casos/ano). Observou-se
maior frequência de casos de HIV/aids em adolescentes do sexo masculino, com mais
de 16 anos, de raça/cor parda, que cursavam o ensino médio e residiam na região
metropolitana, próxima a capital. A via de infecção mais frequente foi a sexual, na
relação homossexual. A carga viral de HIV foi detectável em quase totalidade dos
casos e 11 (6,8%) destes adolescentes evoluíram para óbito. Entre os adolescentes
atualmente em tratamento, 13 foram entrevistados, na faixa etária de 13 a 17 anos,
de ambos os sexos. Neste grupo, 8 adolescentes apresentaram carga viral detectável.
A análise das narrativas demonstrou que embora a Terapia Antirretroviral (TARV) não
tenha grande impacto na rotina dos adolescentes (posto que estes fazem o tratamento
desde criança, já adaptados à rotina de consultas/exames/medicação), práticas de
não adesão foram mencionadas. Estes adolescentes enfrentam a dificuldade de lidar
com a morte dos pais e revelar aos amigos e namorado(a) que eles vivem com
HIV/aids, reduzindo sua rede de apoio social. As representações sociais da aids,
portanto, para este grupo, estão associadas mais ao contexto psicossocial do que a
questões biomédicas. Conclusão: A alta frequência de carga viral detectável sinaliza
graves problemas de saúde pública, como o diagnóstico tardio e a falta de adesão à
TARV. A adesão, entre os adolescentes que vivem com HIV/aids desde o nascimento,
apareceu intrinsicamente ligada as representações sociais, pois os adolescentes

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entrevistados vivem em um contexto sociocultural onde o senso comum continua
compartilhando representações com elementos negativos sobre a aids, fato que
restringe a rede de apoio, tão importante para adesão ao tratamento.

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