AVALIAÇÃO DE SAÚDE BUCAL E SEU IMPACTO NA QUALIDADE DE VIDA DA POPULAÇÃO INDÍGENA DO ESPÍRITO SANTO

Nome: DEISE BERGER VELTEN RAMOS

Data de publicação: 28/07/2023

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
MARIA HELENA MONTEIRO DE BARROS MIOTTO Orientador

Resumo: Introdução: É indispensável o conhecimento das condições bucais de populações
específicas, para que seja feito um planejamento adequado de políticas que
contemple as reais necessidades dessas pessoas, e estudos com populações
indígenas são esporádicos, restringindo-se quase sempre a trabalhos com amostras
pequenas. O quadro epidemiológico de saúde bucal dos povos indígenas do Brasil é
pouco conhecido devido à escassez de investigações científicas, inquéritos e censos
abrangentes. Objetivo: Avaliar o impacto provocado por problemas bucais na
qualidade de vida, a dor orofacial, a perda dentária e a associação com características
sociodemográficas, necessidade de prótese, utilização de serviços odontológicos nas
populações indígenas e não indígenas que moram em aldeias Guarani e Tupiniquin
situadas no Município de Aracruz, Espírito Santo. Metodologia: Esse estudo foi do
tipo observacional transversal, no qual 1084 indígenas tiveram suas condições bucais
avaliadas de forma subjetiva pelo formulário OHIP-14, por questionários sobre dor
dentária e perda dentária e também foi feito exame clínico visual para avaliar a
condição de perda dentária. Foram incluídos indivíduos com idade maior ou igual a 20

anos, e que eram moradores das aldeias Tupiniquin e Guarani. Os testes Qui-
quadrado e/ou exato de Fisher foram utilizados para o cálculo das possíveis

associações entre o OHIP, dor dentária, perda dentária, condições
sociodemográficas, utilização de serviços odontológicos e necessidade de prótese
removível. Resultados: A prevalência de impacto dos problemas bucais na qualidade
de vida na população indígena foi de 45,7%, sendo que, indivíduos com idade até 50
anos (OR=1,9), com necessidade declarada de prótese parcial removível (OR=2,5) e
sem necessidade de prótese total removível (OR=2,3) relataram maior percepção de
impacto dos problemas bucais na qualidade de vida. A perda dentária apresentou
associação com idade superior a 51 anos (OR=6,3), menor escolaridade até (10 anos
de estudo) (OR=2,1), mais impacto dos problemas bucais na qualidade de vida
(OR=2,3). A dor dentária foi mais frequente em mulheres, na faixa etária até 50 anos,
que procuraram o serviço odontológico por motivo de urgência e naqueles que não
necessitavam de Prótese Parcial Removível (PPR). Conclusões: A prevalência de
impacto dos problemas bucais na qualidade de vida dos indígenas foi mais elevada
do que a normalmente encontrada em populações não indígenas, assim como pode

ser sugerida uma situação mais precária relacionada a dor dentária e a perda dentária
comparada a população em geral, o que demonstra a necessidade de melhorias no
planejamento de políticas públicas de prevenção e promoção de saúde bucal e
também ampliação do acesso a serviços odontológicos que tenham mais
resolutividade, visando melhorias na qualidade de vida dessa população vulnerável.

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