SUICÍDIO NO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO: UM ESTUDO ECOLÓGICO E DE GEOPROCESSAMENTO

Nome: LAERSON DA SILVA DE ANDRADE

Data de publicação: 08/03/2024

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
MARLUCE MECHELLI DE SIQUEIRA Orientador

Resumo: Introdução: O suicídio como a morte causada por lesão autoinfligida, consciente e
premeditada. Configura-se como um fenômeno complexo e multifatorial, sendo um
crítico problema de saúde pública. Destaca-se que, os impactos sociais do suicídio
são evidenciados pelo sofrimento mental de familiares enlutados e índices elevados
de anos de vida perdidos por morte. Estima-se que, em 2019, ocorreram cerca de 700
mil óbitos no mundo (1,3%). Entre os jovens de 15 a 29, o suicídio foi a quarta causa
de morte, sendo superado apenas pelos acidentes no trânsito, tuberculose e violência
interpessoal. Para mulheres e homens, respectivamente, o suicídio foi a terceira e
quarta principais causas de morte. Sua magnitude e impactos evidenciam a
necessidade de ações integradas que minimizem os efeitos deste agravo nas
populações. Objetivos: Analisar a distribuição espacial da mortalidade por suicídio no
estado do Espírito Santo, nos períodos 2002 - 2010 e 2011 – 2019. Assim, os objetivos
específicos são: 1) analisar a qualidade dos dados do SIM sobre os óbitos por suicídio
no estado do Espírito Santo; 2) Analisar a tendência espacial da mortalidade por
suicídio no estado do Espírito Santo e 3) Analisar a tendência espacial das variáveis
socioeconômicas dos municípios do Espírito Santo, nos períodos. Métodos: Trata–se
de um estudo ecológico com dados espaciais sobre a mortalidade por suicídio e
fatores socioeconômicos. Possui caráter analítico e descritivo, no qual as unidades de
análise são os municípios do estado do Espírito Santo. No estudo, foram incluídos os
óbitos por suicídio registrados no Sistema de Informação sobre Mortalidade do
Sistema Único de Saúde (SIM) notificados segundo a causa básica do óbito codificada
entre X60 e X84, segundo a 10o Classificação Internacional de Doenças. Para a
análise de dados, foi calculada a Taxa bruta da mortalidade por suicídio por 100 mil
habitantes. As populações utilizadas como denominadores foram as estimativas das
projeções populacionais disponibilizadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística. Os fatores socioeconômicos utilizados como variáveis independentes
para verificar a relação de dependência espacial associada ao suicídio, foram:
Cobertura média dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) por 100 mil habitantes,
Despesa média em saúde por habitante definida pela Emenda Constitucional no 29,
PIB médio per capita, Crescimento médio do PIB anual, Salário nominal médio, Razão
média entre admitidos e demitidos, Proporção média de propriedades rurais e Taxa
média de ruralização. O I de Moran Global foi utilizado para testar a Hipótese da

existência de autocorrelação espacial e de dependência espacial entre a mortalidade
por suicídio e fatores socioeconômicos. Resultados: Evidencia–se um cluster
espacial de altas Taxas Brutas Médias de Mortalidade por Suicídio, envolvendo
municípios das microrregiões Caparaó, Central Serrana, Sudoeste Serrana e Central
Sul. No período, 2002–2010, a Cobertura média dos CAPS por 100 mil habitantes,
PIB per capita médio, Crescimento médio do PIB per capita, Salário nominal médio,
Proporção média de propriedades rurais e Taxa média de ruralização foram capazes
de gerar clusters espaciais associados à mortalidade por suicídio. No período 2011–
2019, as variáveis que possuem dependência espacial associada ao suicídio são a
Proporção média de propriedades rurais e Taxa média de ruralização. Conclusões:
O padrão espacial da mortalidade por suicídio do estudo, ao longo do tempo, sugere
associação com os fatores socioeconômicos, entretanto as caracteristicas que
refletem o grau de ruralização do município, permaneceram significativas durantes os
períodos de estudos. Esses resultados podem direcionar recursos para a prevenção
e a promoção ao suicídio nos territórios rurais.

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