Identificação de transtornos mentais comuns e abuso de álcoo no âmbito da atenção primária à saúde: avaliação de instrumentos de rastreio e avaliação diagnóstica

Resumo: Estudos epidemiológicos têm repetidamente evidenciado elevadas taxas de prevalência dos transtornos mentais, com grande impacto na saúde pública. Estima-se que os transtornos mentais foram responsáveis por quase um terço de anos vividos com incapacidade no mundo em 2018. Além disso, os transtornos mentais ampliam a morbidade e incapacidade associadas a outros problemas de saúde, ao comprometer a adesão ao tratamento de condições crônicas como diabetes mellitus e hipertensão arterial sistêmica. No Brasil, assim como na maioria dos países, os transtornos mentais estão entre as principais causas de carga de doenças. Entre mulheres, a depressão lidera como a maior responsável pelos DALYs (anos de vida ajustados em função da incapacidade) (13,4%), Alzheimer e outras demências vêm em sexto (3,1%), seguidos pelo transtorno afetivo bipolar (2,9%), e abuso/dependência de álcool em 13º (1,1%). Entre homens, abuso/dependência de álcool constituem a terceira maior causa de DALYs (5,0%), a depressão vem em sétimo (3,5%), transtorno afetivo bipolar em décimo (2,7%), e Alzheimer e outras demências em 15º (1,3%). Entre 1990 e 2018, os transtornos mentais e decorrentes do abuso de substâncias constituíram a terceira maior causa de DALYs (9,5% do total) e a maior causa de incapacidade (24,9%). Transtornos depressivos são os principais responsáveis pela carga de transtornos mentais (35,0%), seguidos pelos transtornos de ansiedade (28,0%) e de uso de álcool (7,0%) (Bonadiman et al., 2017). Estudos internacionais indicam que pacientes com transtornos mentais, principalmente aqueles com quadros de intensidade leve e moderada, tendem a ser tratados nos próprios serviços de atenção primária à saúde (APS). Assim, a melhoria na cobertura em saúde mental requer o aprimoramento da capacidade dos profissionais da atenção primária em detectar, diagnosticar e tratar pacientes com transtornos mentais.
Este estudo tem por objetivo avaliar a performance de instrumentos de avaliação de transtornos mentais comumente presentes entre usuários de serviços de APS, com o intuito de aumentar a taxa de detecção da morbidade psiquiátrica no cotidiano assistencial, tendo em vista a sua prevalência elevada, sua detecção precária, o grande impacto que tende a causar na vida das pessoas afetadas e a abordagem ineficiente normalmente dispendida nos serviços públicos de saúde, em especial, no âmbito da atenção primária.
Trata-se de um estudo de corte transversal que visa avaliar a morbidade psiquiátrica em adultos assistidos em serviços de atenção primária à saúde e a performance de diversos instrumentos de rastreio para os transtornos mentais mais comuns nessa população, a saber: transtornos do humor, de ansiedade e decorrentes do uso de bebidas alcoólicas. O estudo será desenvolvido na Unidade Básica de Saúde (UBS) de Andorinhas, que opera segundo o modelo de Estratégia de Saúde da Família, localizada no município de Vitória, Espírito Santo.

Data de início: 01/06/2023
Prazo (meses): 60

Participantes:

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Colaborador LUCIANA LEE
Coordenador MARIA CARMEN MOLDES VIANA
Vice-Coordenador THIAGO DIAS SARTI
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